Meu ídolo por vezes eu sequer percebi.
Outras ele estava tão distante que eu não conseguia reconhece-lo, mas eu estava
ali, observando de perto por todos os problemas que ele passava.
Estava ele sozinho, vivendo num
inferno do qual outros não suportariam. Mas não apenas sobreviveu ao inferno,
como se manteve fiel aos próprios princípios. No lugar de viver em
arrependimentos e misericórdia, aprofundou os seus conceitos. E olha, não foram
poucas as tentativas de o mundo fazê-lo escolher outros caminhos, que não os
que ele mesmo escolhera.
Estava perto de perder a própria
identidade, ao optar por sonhos dos quais nunca sonhou, deixando-se levar por
quem jamais quis seu bem. Por isso o admiro, já que apenas eu sei pelos
espinhos que teve de enfrentar.
E sabe quem é este ídolo? Sim,
sou eu mesmo. E não estou sendo narcisista, tampouco egoísta, contudo sincero,
já que sei quais são os fardos e pesos que carrego tais quais os problemas que
enfrento. E este é o motivo pelo qual sou meu ídolo, eu quero e luto pelo meu
próprio bem.
Ah, mas tem mais. Quando com oito
anos, imaginava-me como eu seria. Tornar-me-ia um covarde, como tantos outros,
ou me manteria fiel às convicções? Pois é, Felipe criança, tornei-me quem tu
admiravas, realizei muitos dos teus sonhos. Já vivi romances, sofrendo por
todos, e cada qual contribuindo para o meu eu.
Então, Felipe criança, agradeço a
ti por ser fã de quem pude me tornar.
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